As grandes realizações sempre ficam na memória, mas há
aqueles acontecimentos, pequenos na aparência, que acabam se tornando elementos
definidores e importantes referências.
Lembro-me de uma ocasião, adolescente ainda, em que atuava
na condução de uma viagem de atividades. No retorno, estava cabisbaixo e um tanto
quanto desanimado com algumas coisas. Uma pessoa me perguntou o que tinha
acontecido. Respondi que estava chateado com a atitude de alguns, exatamente os
responsáveis do meu grupo de atuação. Ela então disse, certamente sem o saber, algo
que nunca esqueci e acabou por se tornar uma diretriz: Um dia você vai ser o responsável do grupo. Enquanto isso, aprenda tudo
o que puder. Observe, estude, esteja preparado. E, quando acontecer, não cometa
as mesmas falhas que deixaram você tão chateado.
Talvez por ingenuidade, talvez por ainda nada saber,
acreditei naquelas palavras. E, a partir de então, em todos os lugares e
ocasiões em que atuava, procurava observar tudo e a todos.
Fazer parte dos grupos de bastidores me proporcionou oportunidades únicas. Pude conhecer aquelas
pessoas que não apareciam, que agiam quase em silêncio, por trás dos eventos,
fazendo as coisas acontecerem. Me interessava saber quem eram os cérebros por trás das atividades.
Quem as planejava? Quem traçava as estratégias? Como se preparavam? Como agiam? Como raciocinavam? Procurei aprender o que acontecia por trás
dos acontecimentos. Os movimentos por trás dos movimentos.
Nunca perdia as chances de participar das atividades em São
Paulo, em que podia ter uma visão mais ampla das coisas. Na sede central,
aproveitava para conhecer os prédios por dentro, os escritórios, a intimidade
dos lugares onde atuavam as pessoas que faziam tudo acontecer. Sempre dava um jeito de chegar um pouco mais cedo, ou sair um pouco mais
tarde. Quando podia, entrava naqueles locais em que não se entrava normalmente.
Conversava com as pessoas, ia descobrindo sutilezas,
nuances, razões. Quando não era convocado ou escalado para atuar, me
apresentava voluntariamente. Fiz parte de comissões, aprendi sobre o
funcionamento das coisas. Vi por dentro, vi por fora. O que não via, procurava
entrever e discernir. E acho que fui razoavelmente bem sucedido nisso.
Claro que não fui o único nessa empreitada. Havia um grupo
de pessoas extraordinárias, altamente capazes, do qual muito me orgulho de ter
feito parte.
E uma dessas pessoas assume agora a responsabilidade de liderar
a BSGI em Ribeirão Preto
Homem de ação, em
inúmeras ocasiões sua capacidade de realizar foi posta à prova. Não são poucas as
testemunhas de sua sinceridade, espírito forte e disposição inabalável.
A ele, meus cumprimentos e reconhecimento.
Parabéns, Ricardo - companheiro de muitas parcerias e protagonista de grandes feitos.
Estamos todos em boas mãos.
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