terça-feira, 29 de julho de 2008

Na verdade, acho que a nossa grande religião é a solidariedade. Sempre disse aos meus alunos, quando eles vinham com aquela história de ser competitivo. Dizia para eles: Não queiram ser competitivos, queiram ser solidários. Não queiram se preparar para o mercado. Queiram se preparar para a sociedade. Porque assim vocês terão companhia até o final da vida. Falava também muito para eles o seguinte: O que deve ser forte não é o seu grito, é o seu vocabulário. Não é o seu grito que deve ser forte, mas o seu vocabulário.

Mas não se pode ser ético e solidário sem, antes de tudo, ser competente. Sempre pensei no seguinte: na competência como capacidade de dar sua colaboração à vida.

Como dizem os espíritas, é a competência que me faz cumprir a missão. É a competência, e não só a bondade da alma, que importa. Padre Cícero foi competente. Cristo foi competente. É essa competência que sacraliza as pessoas, que as torna sagradas. Assim pensamos em Michelangelo, Leonardo da Vinci, Darwin, Enrico Fermi, Einstein e outros.

(pedro jorge de castro - cineasta)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Gostaria de compartilhar um estudo científico sobre como as mudanças na consciência podem ocorrer. De acordo com esse estudo, quando uma certa quantidade crítica de indivíduos em uma população desenvolve uma nova consciência, dramáticas mudanças ocorrem na consciência de todo o grupo.

Algo muito curioso aconteceu na ilha japonesa de Koshima, conhecida como “Ilha dos Macacos”, situada em Kyushu, no extremo sul do Japão. Em 1952, alguns cientistas começaram a dar batata doce aos macacos da ilha para assegurarem que estes retornassem para serem observados. A maioria dos macacos simplesmente comia as batatas, mesmo que estivessem cobertas de areia e pedregulhos.

No entanto, uma jovem fêmea de 18 meses, chamada Imo (Batata) era diferente. Um dia, Imo começou a lavar as batatas em um ribeirão próximo – talvez porque ela não gostasse da textura empedrada que a areia dava às batatas. Este foi um marco inovador, totalmente sem precedentes na história dos macacos da ilha. Imo aprendeu que, ao lavar as batatas, ela poderia comê-las sem ficar com areia na boca.

Então, ela ensinou a sua mãe o que havia descoberto. Também ensinou ao seu círculo de companheiros que, por sua vez, ensinou as suas mães. Houve assim um aumento gradual no número de macacos “pioneiros” na ilha, que lavavam as batatas antes de comê-las. Posteriormente, os macacos começaram a lavar as batatas no mar. Surpreendentemente, eles aprenderam que as batatas ficavam ainda mais saborosas após serem imersas na água salgada.

Os cientistas anotaram cuidadosamente tudo o que aconteceu. Em 1958, todos os macacos do bando estavam lavando suas batatas. No entanto, muitos dos machos adultos não o faziam. Esses macacos, talves por sua natureza conservadora ou por sua inflexibilidade de caráter, continuavam a comer as batatas com areia assim como faziam antes. Parecia que todos os machos adultos tendiam a ser cabeças-duras.

No entanto, lentamente o muro da resistência começou a desmoronar. Um a um, o número de macacos que lavava suas batatas aumentou. O número chegou a vinte, trinta, quarenta macacos. Então, num certo ponto, algo absolutamente inesperado ocorreu.

Um dia - vamos dizer, quando noventa e nove macacos já lavavam suas batatas – o “centésimo macaco” apareceu. Quando a adaptação para lavar as batatas foi aprendida pelo centésimo macaco, isso não levou simplesmente à próxima adaptação – a do centésimo primeiro macaco. Nesse ponto crítico, todos os macacos remanescentes começaram a lavar suas batatas antes de comê-las. Em outras palavras, toda a população da ilha compreendeu repentinamente a “revolução cultural” que uma jovem fêmea havia iniciado.

Ainda mais surpreendente foi o fato de que os cientistas descobriram que macacos de outras ilhas –os quais não tiveram qualquer exposição direta ao novo método de lavar as batatas – começaram por alguma razão inexplicável, a lavar suas batatas também. A revolução se propagou até os macacos do Monte Takasaki, em outra região de Kyushu.

O escritor norte-americano Ken Keys Jr. vê aqui a esperança de que esse fenômeno possa levar à abolição das armas nucleares. Seu objetivo é ajudar cada pessoa a tornar-se ciente da urgente necessidade de alcançar rapidamente um mundo livre de armas nucleares. Aumentando o número de indivíduos que compartilham essa consciência, mesmo apesar de parecer uma tarefa árdua e diligente, Keys acredita que o número de pessoas que compartilha essa visão alcançará um certo limiar crítico. Então, a idéia se tornará uma revolução cultural que dará certo, e o objetivo da abolição das armas nucleares se tornará, de um só golpe, fixa na consciência da humanidade.

O poder de uma pessoa é enorme. Uma única pessoa que se levanta pode mudar tudo. Em um de seus escritos, Nitiren Daishonin cita o provérbio: “uma única pessoa é mãe de dez mil.” Uma pessoa séria e dedicada pode criar ondas de mudança, e suas consequências excederão em muito as expectativas convencionais.

Quando um certo limite crítico é atingido, tudo pode mudar de um só golpe. Pode ser que este princípio seja inerente a toda vida.

(daisaku ikeda - bs 1323 - 10/06/95)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Coincidências acontecem em toda parte e com toda a gente. Mas, quando elas acontecem fica no ar a polêmica entre os que preferem o argumento racional, baseado em cálculos probabilísticos, e os que adotam a justificativa religiosa de que nada ocorre por acaso. A novidade é que um filão recente da pesquisa científica pode estar prestes a romper essa dicotomia. Nessa nova perspectiva, as coincidências fazem parte de um fenômeno amplo e universal, cujas entranhas guardam os segredos da própria funcionalidade do cosmo: o fenômeno da sincronia.

Na contramão de algumas teorias e até das leis da termodinâmica – que sugerem a implacável degeneração da natureza num estado de grande desordem - o estudo da sincronia sugere um universo mais harmônico e cooperativo do que jamais imaginamos. Um lugar onde todas as partes bailam em parceria, sob o comando de uma ordem coletiva e espontânea.

“O universo inteiro parece carregar as sementes de sua ordenação”, diz Steven Strogatz, matemático da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, pioneiro do que vem sendo rotulado de ciência da sincronicidade. Strogatz publicou o livro Sync – the emerging science of spontaneous order (“Sincronia – a emergente ciência da ordem espontânea”), no qual resume o histórico e o propósito do novo campo de estudo, comenta teorias e modelos já concebidos e prevê a aplicação da sincronia em áreas tão diversas quanto os congestionamentos de trânsito, as oscilações do mercado financeiro e a prevenção de doenças genéticas.

O panorama apresentado no livro de Strogatz impressiona, mas é provável e realista, segundo o doutor em física Murilo Baptista, da área de sistemas dinâmicos do Instituto de Física da Universidade de São Paulo. “Já que não existem sistemas isolados na natureza e a sincronicidade pode ocorrer também nas interações muito fracas, é de se esperar que o fenômeno da sincronia seja mesmo frequente”, diz Murilo.

A idéia central é que a sincronização entre sistemas em interação descreve o surgimento de uma ordem coletiva, a tal ponto que a observação de apenas um sistema leva ao conhecimento do estado de todo o conjunto. Compreender os sincronismos pode ser o meio de explicar uma infinidade de comportamentos naturais.

A investigação dos sistemas sincrônicos é recente e multidisciplinar, mas o fenômeno da sincronia é conhecido desde o século 17. Em 1665, o físico holandês Christiaan Huygens estava na cama, doente, quando percebeu que, independentemente do estado inicial de cada um, os pêndulos de dois relógios que ele construíra logo adotavam o mesmo ritmo, um movendo-se para esquerda e o outro para a direita. Surpreso, Huygens atribuiu o fenômeno a uma pulsação transmitida através da trave de madeira que sustentava os relógios, mas ninguém lhe deu crédito. Seu raciocínio só seria resgatado na década de 1960 pelo biólogo americano Arthur Winfree, na época experimentando com osciladores emparelhados – máquinas de comportamento repetitivo, como os pêndulos, utilizadas na simulação de sistemas sincronizados.

Além da experiência com as máquinas, mais precisas que os relógios de Huygens, Winfree estudou o sincronismo entre seres vivos a partir do espetáculo dos vagalumes no Sudeste Asiático, que aos milhares costumam piscar em uníssono nos matagais ribeirinhos. O fenômeno começa com cada inseto emitindo flashes em seu próprio ritmo. Uma hora depois já há bolsões de sincronia que se ampliam, formando uma nuvem de vagalumes piscando como se fossem um único e gigantesco inseto. Como isso acontece? Winfree descobriu que o piscar do vagalume é um sinal que estimula o vizinho a reprogramar a sua própria frequência de flashes, ajustando-a ao ritmo do companheiro. Estabelecida a sincronia em uma dupla, o efeito se espalha pelo resto do grupo. Seja em um bando de vagalumes ou em outros tipos de sistemas, a sincronização só ocorre quandos os sinais trocados pelos indivíduos superam a frequência inicial de um ou de outro, provocando a “reprogramação” dos ciclos do indivíduo influenciado. “Abaixo desse marco, predomina a anarquia. Acima dele, estabelece-se um ritmo coletivo”, escreveu Winfree.

“A sincronia se manifesta do subatômico ao macrocosmo, em escalas de frequências que variam de bilhões de oscilações por segundo a apenas um ciclo em 1 milhão de anos”, diz Strogatz. O movimento da Luz em torno da Terra é síncrono, mas a sincronicidade Terra-Lua, de comportamento periódico e estável, não é a mesma dos sistemas caóticos. Nestes, a sincronia preserva o comportamento caótico de cada elemento que, por sua vez, apresenta uma complexidade singular. No trânsito, por exemplo, cada automóvel tem sua complexidade, mas também interage com os demais veículos, influenciado por fatores como as regras do tráfego e o tempo dos semáforos. Se conseguirmos equacionar esses fatores, será possível colocar os veículos em sincronia, fazendo com que um tráfego congestionado venha a se comportar como tráfego intenso, porém fluindo satisfatoriamente.

Desafio ainda maior é estabelecer uma teoria da sincronicidade em eventos humanos. Muitos pesquisadores falham nesse intento, segundo Strogatz, porque seus modelos subestimam a volição característica do homem e pretendem que ele atue como um robô. A evidência da sincronia humana, no entanto, salta de estudos recentes e da observação comum do cotidiano. Quem já viajou com um grupo grande de mulheres provavelmente ficou sabendo que um bom número delas mestruou de repente, praticamente na mesma hora. A harmonização do ritmo, nesse caso, seria resultado de uma “comunicação química” entre as mulheres por meio de feromônios, o mesmo tipo de hormônio, percebido pelo olfato, que funciona na atração sexual. A sincronia também estaria por trás de ocorrências como a moda e as manifestações coletivas – dos aplausos aos confrontos de rua – e, sobretudo, do funcionamento do cérebro e dos genes.

“Apesar de os cientistas ainda se esforçarem para entender a base neural dos pensamentos e sentimentos, estudos feitos por neurobiologistas atestam que os atos cognitivos estão ligados a ondas de sincronia entre neurônios”, diz Strogatz. Um insight seria como uma rajada elétrica sincrônica, um instante em que partes separadas do cérebro entram em harmonia. O esclarecimento desse tipo de sincronia pode levar, talvez, à solução do enigma da consciência e à prevenção de distúrbios como a epilepsia. E também ao entendimento das coincidências do dia-a-dia.

Como no caso dos flashes dos vagalumes e dos feromônios, as coincidências ocorreriam com base numa comunicação física entre as partes, ainda que não perceptível em escala macro. Uma sincronia entre elementos nos níveis atômico e subatômico, cujos efeitos se refletiriam na atividade cerebral.

Como essa suposta comunicação ocorre é uma incógnita, embora experimentos e equações da mecânica quântica indiquem a ocorrência de um tipo de comunicação não-local (fora do espaço-tempo). É o caso da experiência realizado nos anos 60 pelo físico britânico J. S. Bell com um par de fótons (partículas elementares da luz) correlacionados e enviados em direções distintas. Mesmo à distância, um evento que afetava um dos fótons também atingia o outro. Muitos estudiosos do sincronismo consideram esse fato uma explicação possível para os acasos. Portanto, da próxima vez que uma coincidência acontecer, não se espante. Você provavelmente trabalhou para que ela ocorresse.


revista superinteressante - julho 2003

terça-feira, 8 de julho de 2008

Ambição é tudo o que você pretende fazer na vida. São seus objetivos, seus sonhos, suas resoluções.

As pessoas costumam ter como ambição ganhar muito dinheiro, casar com uma moça ou moço bonito ou viajar mundo afora. A mais pobre das ambições é querer ganhar muito dinheiro, porque dinheiro por si só não é objetivo: é um meio para alcançar sua verdadeira ambição, como viajar pelo mundo. No fim da viagem você estará de volta à estaca zero quanto ao dinheiro, mas terá cumprido sua ambição.

Não há nada errado em ser ambicioso na vida, muito menos em ter “grandes ambições”. As pessoas mais ambiciosas que conheço são os líderes de entidades beneficentes do Brasil, que querem “acabar com a pobreza do mundo” ou “eliminar a corrupção do Brasil”. Esses, sim, são projetos ambiciosos.

Já ética são os limites que você se impõe na busca de sua ambição. É tudo o que você não quer fazer na luta para conseguir realizar seus objetivos. Como não roubar, mentir ou pisar nos outros para atingir sua ambição. A maioria dos pais se preocupa bastante quando os filhos não mostram ambição, mas nem todos se preocupam quando os filhos quebram a ética. Se o filho colou na prova, não importa, desde que tenha passado de ano, o objetivo maior.

Algumas escolas estão ensinando a nossos filhos que ética é ajudar os outros. Isso, porém, não é ética, é ambição. Ajudar os outros deveria ser um objetivo de vida, a ambição de todos, ou pelo menos da maioria. Aprendemos a não falar em sala de aula, a não perturbar a classe, mas pouco sobre ética.

O problema do mundo é que normalmente decidimos nossa ambição antes de nossa ética, quando o certo seria o contrário. Por quê? Dependendo da ambição, torna-se difícil impor uma ética que frustrará nossos objetivos. Quando percebemos que não conseguiremos alcançar nossos objetivos, a tendência é reduzir o rigor ético, e não reduzir a ambição.

Definir cedo o comportamento ético pode ser a tarefa mais importante da vida. Defina sua ética quanto antes possível. A ambição não pode antecedê-la, é ela que tem de preceder à sua ambição.


(stephen kanitz - revista veja - 24/01/01)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Maio de 1988. 20 anos atrás. Cidade de Monte Alto.

Era a primeira apresentação pública, o primeiro desfile em ruas das bandas juvenis da BSGI Ribeirão Preto - o Taiyo Ongakutai e a Nova Era Kotekitai. Era a estréia.

Não sabíamos bem o que nos esperava. A experiência era inédita e a expectativa era grande. Medo de errar não havia, mas a responsabilidade não era pouca. Afinal, estávamos ali em nome de uma instituição, carregando uma história que, se não era de conhecimento público, era muito cara a todos nós, que vínhamos na esteira de sonhos e objetivos projetados ao longo dos anos e que, claro, mesmo os inatingíveis, um dia iam se realizar.

E lá estávamos. Na verdade, pouco mais do que garotos e garotas, verdes e imaturos na vivência, mas repletos de vontade de ir além.

Várias semanas de ensaio em locais, por assim dizer, insalubres, como o pátio do Ceasa (e tudo o mais que isso implicava na época: distância e carência de transportes, muita poeira, vento, calor, falta de água, sanitários precários...) e as ruas no entorno do Teatro Municipal (apenas pouca coisa melhor do que o pátio do Ceasa). Tudo assim, bem no peito e na raça. Voluntarismo, boa vontade e abnegação.

Fizemos como sabíamos fazer. Na verdade, não sabíamos como fazer. O que sabemos, agora, é que fomos mesmo é atrevidos. Não havia conhecimento técnico de apresentações de rua (aliás, não havia conhecimento técnico para nenhum tipo de apresentação, mesmo as internas). Mesmo assim, fizemos o que tinha que ser feito: topamos, claro. E essa era uma das primeiras lições que se aprendia nos grupos horizontais: não se foge de uma boa briga.

Naquele domingo, saímos de manhã, em ônibus fretados. Alguns tiveram que sair de casa, quase de madrugada. Passados 20 anos, os momentos meio que se embaralham na memória, mas ainda perduram na lembrança como se tudo tivesse acontecido na semana passada. A manhã agradável, o pessoal chegando na escola que serviu como base. O café da manhã. A troca de roupas. Os uniformes. A reunião de partida, antes de sair para o desfile. As palavras de incentivo. A saída para o local da concentração. A concentração, momentos antes do desfile. Os incentivos mútuos.

Como já dito, não havia medo. Mas havia, claro, um frisson. Acho que ninguém deixou de sentir, em algum momento, aquele frio na barriga, o arrepio, aquele tremor na espinha. Inclusive o pessoal do apoio. Os rostos, as expressões de decisão, de fazer o melhor de algo que ainda não tinha sido feito, de fazer história.

E, quando vimos, lá estávamos, como gente grande, desfilando, marchando, tocando, valentes, cheios de vida, de energia, fazendo soar pelos céus da cidade os sons da paz, da juventude, da escola Soka.

A parada diante do palanque oficial. Se fizemos certo, como manda o figurino, não sei. Mas fizemos o melhor, com certeza. E, pelos olhares e comentários das pessoas, impressionamos. Não pela técnica, que não era mesmo apurada. Mas pelo porte, pelo garbo, pela jovialidade, pelo brilho do olhar, pelo estandarte orgulhosamente ostentado.

Passado o palanque, os quarteirões finais. A sensação de alívio que, acho, não preencheu apenas a mim, naqueles metros finais de rua. Antes do fim, um grande suspiro. Estava feito e acabado.

O final do desfile. As comemorações, os cumprimentos, a alegria, os abraços. Coisas de amador, se vistos por profissionais. Mas não éramos mesmo profissionais. Éramos jovens voluntários, idealistas, vibrantes, felizes. Cada um com seus dramas pessoais, com seus desafios e conquistas, carregava, sem o mínimo de constrangimento, uma história que merecia ser contada.

E foi contada assim, cada qual com seu instrumento, com seu uniforme, com sua marcha, com sua bandeira.

Naquele dia de maio de 1988, uma promessa foi cumprida.

Dois anos depois, no dia 19 junho de 1990, era a vez de Ribeirão Preto.