quarta-feira, 30 de novembro de 2011

10 anos atrás.

15 de dezembro de 2001. 14:00 horas. Nove meses após iniciada a construção do Centro Cultural da BSGI Ribeirão Preto, era chegado o momento da Cerimônia de Entrega da Obra. Logo depois, conforme programado, tiveram lugar o plantio comemorativo, o corte da fita inaugural e a entrada no auditório para a tão esperada Cerimônia de Inauguração, marcada para as 15:00 horas, os participantes sendo recepcionados com música, oferecida por um grupo formado por componentes do Ongakutai e da Kotekitai.

As pessoas iam subindo as escadas pela primeira vez: um lance de degraus, um patamar, o segundo lance de degraus, a passagem por uma bonita porta de madeira. E lá estava o grande auditório.

Imagino o impacto que tiveram ao adentrar o recinto, com a visão daquele espaçoso salão, centenas de cadeiras novas e confortáveis e, lá na frente, um grande palco e um magnífico oratório.

Na véspera da inauguração, tarde da noite de sexta-feira, quando todos já tinham ido embora, subi ao auditório para uma última verificação. Cadeiras, corredores laterais e centrais, sala de som, palco, bastidores. Sentei-me na primeira fileira de cadeiras, e lá fiquei por alguns minutos. Sozinho e tranquilo, com a sensação de realidade e dever cumprido. Estava tudo pronto. Eu também estava pronto.

Eram quase 11:00 horas da manhã do sábado quando chegaram, do Japão, via fac-símile, as seguintes palavras:

Meus mais preciosos companheiros de toda a região de Ribeirão Preto, quero reiterar meu sincero sentimento de louvor e respeito pelo extraordinário empenho na edificação do mais novo Castelo do Kossen-rufu do Brasil. Parabéns, do fundo do meu coração! Por favor, fazendo desse Centro Cultural o Palácio da Lei Mística a impulsionar o avanço de todo o kossen-rufu local, peço-lhes que o protejam e prezem como se fosse o lar de cada um dos senhores. Mais uma vez quero bradar: Viva Ribeirão Preto! Viva a BSGI!

A cerimônia inaugural foi conduzida pelo então presidente da BSGI, Eduardo Taguchi. Paulo Dyonisio e Michelle foram os apresentadores. Após a recitação do gongyo, as palavras de abertura, proferidas pela Roselene. Seguiram-se cumprimentos, homenagens e outros itens da programação. No final, apresentações do Coral Lirio Branco, que cantou a música “Carmina Burana”, e da Camerata Ikeda, vinda de São Paulo.

Foram realizadas mais 3 sessões comemorativas, uma no sábado, e duas no domingo. As sessões foram abrilhantadas pelos grupos de apresentação: no sábado à noite, o então Pró-Taiga e o Taiyo Ongakutai; no domingo de manhã, a Banda Mirim do Taiyo Ongakutai e o Fukuchi; domingo à tarde, grupo Pioneiro e Nova Era Kotekitai. Finalizando as sessões, a participação especial da Camerata Ikeda.

A mensagem de congratulações do presidente Ikeda foi lida em todas as ocasiões. Diz a mensagem, em seu trecho central:

Este centro cultural, que ora está sendo inaugurado de forma muito radiante, é uma instalação aberta para a sociedade a fim de servir para o bem dos senhores presentes como dos cidadãos em geral. Espero que este centro cultural seja como o “oásis da tranqüilidade” e “academia do aprendizado da ciência humana” para todos os senhores. Desejo também que seja estimado como “sua própria casa” e amado como “praça da amizade e do diálogo”.

A mensagem finaliza com as palavras: Que haja glórias em Ribeirão Preto! Que seja Ribeirão Preto de contínuas vitórias!

O encerramento geral das atividades da inauguração se deu numa reunião, no final da tarde do domingo, ainda com a presença do presidente da BSGI. Na verdade, foi como uma reunião geral da Divisão dos Jovens em que, além dos quase 160 membros que atuaram nos preparativos e condução do evento, muitos outros se fizeram presentes. E foi nessa reunião que nasceu o slogan, extraído da parte final da mensagem: Josho Ribeirão Preto! Ribeirão Preto de contínuas vitórias!

Estavam estabelecidos o castelo e seu brasão.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

18 de novembro é a data da fundação da Soka Gakkai, e seu marco é um livro, fato altamente simbólico. Segue um pouco dessa história, contada pelo presidente Ikeda.

Fiquei fortemente emocionado ao ouvir o presidente Toda narrando as recordações de seu mestre:

Lembro-me da época em que o presidente Makiguti ainda estava fazendo pesquisas sobre a sua teoria do valor quando ele me disse:

 - Toda, até agora ninguém publicou uma teoria sobre a educação como incumbência mais importante de uma escola elementar. (...)

Jamais esquecerei aquela noite. Aconchegados ao redor da lareira da minha sala, por volta da meia noite o presidente Makiguti e eu discutíamos animadamente a respeito da publicação da sua teoria.
- Sensei, vamos publicar o livro! - eu exclamei e ele gentilmente retrucou.
- Isso custa caro.

Então eu lhe disse que não tinha muito dinheiro, mas que contribuiria com tudo que havia economizado e perguntei também qual era o propósito de sua teoria educacional. Ele respondeu serenamente:
- Para criar valores!

Pensei por uns instantes, e decididamente disse-lhe para chamá-la de Educação Soka.

Depois de uma série de mudanças e alterações que pareciam não ter fim, a tese do presidente Makiguti estava pronta para ser impressa. Entretanto, os preparativos não transcorriam como ele havia desejado, e isto o deixou bastante angustiado. Foi então que lhe pedi permissão para contribuir na execução dos trabalhos.

O rascunho da tese do sr Makiguti era escrito nos versos de folhetos de propaganda, envelopes e em pedaços de papel. Ao mesmo tempo em que ele se dedicava à sua teoria, também devotava-se incansavelmente a seus exigentes deveres de diretor de escola.

Publicar o enorme manuscrito naturalmente exigia um intenso trabalho de revisão. Originalmente, o sr Makiguti havia solicitado a um colega para encarregar-se dessa tarefa. Passados 3 meses, o manuscrito revisado não tinha nenhuma consistência e aparentava ser apenas um desordenado discurso sobre educação. Ele simplesmente não conseguiu acompanhar a profundidade das idéias do sr Makiguti.

- O que devo fazer? Há mais alguém que possa me ajudar? – aflito, o sr Makiguti perguntava em voz alta.

Sem o mínimo de hesitação, o sr Toda solicitou permissão para fazer os trabalhos de revisão. A princípio o sr Makiguti pareceu hesitar. Ele sentiu-se muito grato a seu discípulo tão dedicado e estudioso, mas sentia que poderia haver outras pessoas com maiores habilidades literárias.

Entretanto, o sr Toda admitiu:
- Embora minhas habilidades jamais possam ser comparadas às suas, tenho me esforçado ao máximo para aprender, ler e reler muitas obras primas. Darei tudo de mim para produzir um texto que tenha a sua aprovação. Eu quero fazê-lo pelo senhor.

Com lágrimas nos olhos, o sr Makiguti respondeu:
- É todo seu. Desculpe incomodá-lo, eu conto com você.

Naquela época, o sr Toda lecionava em uma escola durante o dia, e à noite cursava a universidade. Apesar de tantos afazeres, empenhou-se na concretização dessa obra e conseguiu levá-la ao pleno êxito.

trechos de A Grande Correnteza para a Paz, volume 1

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Atuar nas atividades da BSGI enriquece a vida de qualquer um com experiências inesquecíveis. Tive o privilégio de atuar em várias frentes, seja na idealização, planejamento, organização ou administração, ou na liderança e execução de eventos dos mais diversos portes – com poucas, dezenas, centenas e até milhares de pessoas.

As grandes realizações sempre ficam na memória, mas há aqueles acontecimentos, pequenos na aparência, que acabam se tornando elementos definidores e importantes referências.

Lembro-me de uma ocasião, adolescente ainda, em que atuava na condução de uma viagem de atividades. No retorno, estava cabisbaixo e um tanto quanto desanimado com algumas coisas. Uma pessoa me perguntou o que tinha acontecido. Respondi que estava chateado com a atitude de alguns, exatamente os responsáveis do meu grupo de atuação. Ela então disse, certamente sem o saber, algo que nunca esqueci e acabou por se tornar uma diretriz: Um dia você vai ser o responsável do grupo. Enquanto isso, aprenda tudo o que puder. Observe, estude, esteja preparado. E, quando acontecer, não cometa as mesmas falhas que deixaram você tão chateado.

Talvez por ingenuidade, talvez por ainda nada saber, acreditei naquelas palavras. E, a partir de então, em todos os lugares e ocasiões em que atuava, procurava observar tudo e a todos.

Fazer parte dos grupos de bastidores me proporcionou oportunidades únicas. Pude conhecer aquelas pessoas que não apareciam, que agiam quase em silêncio, por trás dos eventos, fazendo as coisas acontecerem. Me interessava saber quem eram os cérebros por trás das atividades. Quem as planejava? Quem traçava as estratégias? Como se preparavam? Como agiam? Como raciocinavam? Procurei aprender o que acontecia por trás dos acontecimentos. Os movimentos por trás dos movimentos.

Nunca perdia as chances de participar das atividades em São Paulo, em que podia ter uma visão mais ampla das coisas. Na sede central, aproveitava para conhecer os prédios por dentro, os escritórios, a intimidade dos lugares onde atuavam as pessoas que faziam tudo acontecer. Sempre dava um jeito de chegar um pouco mais cedo, ou sair um pouco mais tarde. Quando podia, entrava naqueles locais em que não se entrava normalmente. Conversava com as pessoas, ia descobrindo sutilezas, nuances, razões. Quando não era convocado ou escalado para atuar, me apresentava voluntariamente. Fiz parte de comissões, aprendi sobre o funcionamento das coisas. Vi por dentro, vi por fora. O que não via, procurava entrever e discernir. E acho que fui razoavelmente bem sucedido nisso.

Claro que não fui o único nessa empreitada. Havia um grupo de pessoas extraordinárias, altamente capazes, do qual muito me orgulho de ter feito parte.

E uma dessas pessoas assume agora a responsabilidade de liderar a BSGI em Ribeirão Preto

Homem de ação, em inúmeras ocasiões sua capacidade de realizar foi posta à prova. Não são poucas as testemunhas de sua sinceridade, espírito forte e disposição inabalável.

A ele, meus cumprimentos e reconhecimento.

Parabéns, Ricardo - companheiro de muitas parcerias e protagonista de grandes feitos.

Estamos todos em boas mãos.