terça-feira, 5 de maio de 2009

Não, não há um caminho novo.
O que há de novo é o jeito de caminhar.
Thiago de Melo

Houve uma época em que 2001 era um marco distante. Eu era adolescente quando iniciei minha participação nas atividades da Soka Gakkai, no final dos anos 70 e, desde sempre, ouvia falar do dia 3 de maio de 2001. Estávamos ainda no século XX, faltando muito para o século XXI que, enfim, chegou - e está aí, ao nosso redor, a todo vapor.

Vieram os anos 80, 90... e quando 3 de maio de 2001 chegou, eu era consultor da DMJ da então RM Ribeirão Preto. Realizamos uma reunião comemorativa da DJ no auditório da Escola Auxiliadora, palco de muitas realizações especiais.

Naquele dia, em minhas palavras rendi homenagens a 3 jovens companheiros de jornada que não estavam mais conosco: José Welitton de Carvalho Pereira, Renata Araujo e Verônica Fantini.

Welitton faleceu num acidente de moto na cidade de Barretos, onde morava, no dia 16/10/89. Nos preparávamos para realizar o grande festival de 1990. Ele era membro do Taiyo Ongakutai, onde tocava caixinha. Eu atuava como responsável de área. Carreguei-o comigo numa promessa particular de que receberíamos juntos o dia 3 de maio de 2001. Me fiz acompanhar de sua foto em todas as atividades de que participei a partir de então. E, conforme tinha prometido a ele, juntos recebemos o dia 3 de maio de 2001.

Pequenina como era, a gente quase confundia a Renatinha com as crianças do Pompom, de quem ela cuidava na Nova Era Kotekitai. Só não dava para confundir a grandeza e dignidade com que viveu e lidou com suas circunstâncias e dificuldades.

A Verônica era uma princesinha. Talvez ela tenha partido tão cedo porque, tão cheia era de vida que a vida não coube dentro dela. Em sua despedida, presenciei uma das cenas que mais me emocionaram e que até hoje vibra em mim: suas amigas declamando, em lágrimas, o poema “Anjos da Paz”. Anjos se despedindo de anjo.

Naquele 3 de maio de 2001, outra promessa, feita uma década antes, foi cumprida: um reencontro da vitória. No dia 4 de fevereiro de 1990 um grupo especial de pessoas marcou um reencontro para daí a 10 anos. Era o “Grupo da Vitória do Século XXI”. O grupo tinha 3 diretrizes: a primeira era que, no curso dos 10 anos seguintes continuaríamos na prática do budismo; a segunda, que estaríamos nos exercitando no caminho de mestre-discípulo; e a terceira era que nos protegeríamos como companheiros. O reencontro foi celebrado com um almoço. Alguns faltaram, mas a maioria estava lá: nos olhando nos olhos, nos abraçando, orgulhosos de termos sidos capazes de, cada um com seus sabores e dissabores, viver e sobreviver, e chegar tão longe no campo de batalha da vida diária.

Outro reencontro se deu também, este de 5 anos: o dos 10 participantes da I Conferência dos Estudantes Universitários, ocorrido em Brasília, em 1996. Era o “Grupo JK 2001”.

Volto os olhos para trás. Com saudades revejo todos, um a um.