quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Em 25 anos de existência, a Nova Era Kotekitai Ribeirão Preto percorreu uma trajetória que pude acompanhar de perto (exceto pelos últimos anos, estes acompanhados à distância).

A história, aliás, começou a ser escrita há bem mais tempo, por um pequeno grupo de moças que, juntas, atrevidamente se lançaram numa extraordinária aventura. Com modestos uniformes brancos, pouca técnica e muita vontade, e certamente sem imaginar em que sua ousadia se desdobraria, anos depois.

E eis que, na manhã de um agradável 12 de outubro de 1986, deu-se a reunião de fundação. Era um domingo ensolarado e, claro, muito alegre. Da reunião em si não me recordo. Aliás, dela não participei, pois fiquei do lado de fora da sala lotada. A lembrança que ficou foi o semblante feliz das pessoas, em especial a imagem eternizada numa foto tirada, lá na calçada da rua Paraíso, em frente ao local da histórica reunião.

Naquele dia, à tarde, foi realizada uma grande reunião geral, no auditório da escola Dom Alberto José Gonçalves, no bairro Campos Elíseos. A reunião foi em 2 partes e, na sua 2ª parte,aconteceu a estréia oficial do grupo. Para a ocasião, preparamos um painel que foi colocado no palco do auditório. A idéia era fazer um painel giratório com 2 lados, um para cada parte da reunião. O painel não era, claro, nenhum primor de tecnologia, e o “mecanismo giratório” era manual e tosco, de acordo com nossas parcas possibilidades da época. Mas as pessoas que trabalharam na confecção e montagem ficaram sinceramente orgulhosas do resultado e do presente oferecido ao novo grupo: um painel com figuras alegres e desenhos coloridos, que pudesse fazer um bonito fundo para a 1ª apresentação. Era o que podíamos oferecer de melhor.

Não foram poucas as oportunidades que tive o privilégio de compartilhar com o grupo: ensaios, apresentações internas, apresentações públicas, viagens, festivais.

Lembro-me de uma vez em que retornei de São Paulo trazendo um instrumento musical enviado de lá. O instrumento, aliás, não era delicado e nem pequeno: não cabia em bolsa, mochila ou sacola. Teve que vir no bagageiro do ônibus e, antes e depois, carregado nas costas.

E a flâmula com aquele vermelho vivo e detalhes verdes e amarelos, feita com muito carinho e esmero, dias e noites a fio. Deu trabalho, mas até que ficou bonita. Era com muito orgulho que a via abrindo os desfiles, sempre ladeada por 2 anjos da paz.

E aquela música que tanto ouvi – Akai yubin basha (acho que era esse o nome da música). Como esquecê-la? Confesso que em determinada época quase não agüentava mais ouvi-la. Hoje, a lembrança daquela melodia soa como saudade de uma época mais ingênua e, talvez, mais sincera.

Claro, não há como não falar da Renata Araujo e da Verônica Fantini. Transcrevo aqui trechos de outro texto que postei neste blog, há mais de 2 anos.

Pequenina como era, a gente quase a confundia a Renatinha com as crianças do pompom, de quem ela cuidava. Só não dava para confundir a grandeza e a dignidade com que ela viveu e lidou com suas circunstâncias e dificuldades.


A Verônica era uma princesinha. Talvez tenha partido tão cedo porque, tão cheia era de vida que a vida não coube dentro dela. Em sua despedida, presenciei uma das cenas que mais me emocionaram e que até hoje vibra em mim: suas amigas declamando, em lágrimas, o poema “Anjos da Paz”. Anjos se despedindo de anjo.

Outros 25 anos virão. Mas os que se foram, esses também são meus.

Um comentário:

Anônimo disse...

Querido amigo e fundador...meus olhos encheram-se de lágrimas ao ler esse texto. Obrigada por acreditar quando nem mesmos nós acreditávamos. Te esperamos no dia 30/Out no Centro Cultural para comemorarmos juntos esses 25 anos.
Da sempre kotekitain Fábia