sexta-feira, 11 de novembro de 2011

18 de novembro é a data da fundação da Soka Gakkai, e seu marco é um livro, fato altamente simbólico. Segue um pouco dessa história, contada pelo presidente Ikeda.

Fiquei fortemente emocionado ao ouvir o presidente Toda narrando as recordações de seu mestre:

Lembro-me da época em que o presidente Makiguti ainda estava fazendo pesquisas sobre a sua teoria do valor quando ele me disse:

 - Toda, até agora ninguém publicou uma teoria sobre a educação como incumbência mais importante de uma escola elementar. (...)

Jamais esquecerei aquela noite. Aconchegados ao redor da lareira da minha sala, por volta da meia noite o presidente Makiguti e eu discutíamos animadamente a respeito da publicação da sua teoria.
- Sensei, vamos publicar o livro! - eu exclamei e ele gentilmente retrucou.
- Isso custa caro.

Então eu lhe disse que não tinha muito dinheiro, mas que contribuiria com tudo que havia economizado e perguntei também qual era o propósito de sua teoria educacional. Ele respondeu serenamente:
- Para criar valores!

Pensei por uns instantes, e decididamente disse-lhe para chamá-la de Educação Soka.

Depois de uma série de mudanças e alterações que pareciam não ter fim, a tese do presidente Makiguti estava pronta para ser impressa. Entretanto, os preparativos não transcorriam como ele havia desejado, e isto o deixou bastante angustiado. Foi então que lhe pedi permissão para contribuir na execução dos trabalhos.

O rascunho da tese do sr Makiguti era escrito nos versos de folhetos de propaganda, envelopes e em pedaços de papel. Ao mesmo tempo em que ele se dedicava à sua teoria, também devotava-se incansavelmente a seus exigentes deveres de diretor de escola.

Publicar o enorme manuscrito naturalmente exigia um intenso trabalho de revisão. Originalmente, o sr Makiguti havia solicitado a um colega para encarregar-se dessa tarefa. Passados 3 meses, o manuscrito revisado não tinha nenhuma consistência e aparentava ser apenas um desordenado discurso sobre educação. Ele simplesmente não conseguiu acompanhar a profundidade das idéias do sr Makiguti.

- O que devo fazer? Há mais alguém que possa me ajudar? – aflito, o sr Makiguti perguntava em voz alta.

Sem o mínimo de hesitação, o sr Toda solicitou permissão para fazer os trabalhos de revisão. A princípio o sr Makiguti pareceu hesitar. Ele sentiu-se muito grato a seu discípulo tão dedicado e estudioso, mas sentia que poderia haver outras pessoas com maiores habilidades literárias.

Entretanto, o sr Toda admitiu:
- Embora minhas habilidades jamais possam ser comparadas às suas, tenho me esforçado ao máximo para aprender, ler e reler muitas obras primas. Darei tudo de mim para produzir um texto que tenha a sua aprovação. Eu quero fazê-lo pelo senhor.

Com lágrimas nos olhos, o sr Makiguti respondeu:
- É todo seu. Desculpe incomodá-lo, eu conto com você.

Naquela época, o sr Toda lecionava em uma escola durante o dia, e à noite cursava a universidade. Apesar de tantos afazeres, empenhou-se na concretização dessa obra e conseguiu levá-la ao pleno êxito.

trechos de A Grande Correnteza para a Paz, volume 1

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