terça-feira, 3 de maio de 2011

O Sokahan surgiu no Japão, em novembro de 1976 (o BS tem trazido, ultimamente, trechos da Nova Revolução Humana relativas a passagens históricas desse acontecimento). A apresentação oficial do novo grupo se deu em 5 de novembro, dia da DMJ.

No Brasil, a fundação foi em 19 de outubro de 1982, dia da BSGI. Era um grupo de 20 pessoas, lideradas por Naoto Yoshikawa, na época vice coordenador da DMJ, hoje 1° vice presidente. Meu irmão Celso, que à época morava em São Paulo, fez parte daquele grupo pioneiro.

Em Ribeirão Preto, a fundação do Sokahan foi em 1998. Na verdade, antes de ser fundado, o grupo já “existia” por aqui há bastante tempo: os esforços para sua existência oficial já tinha uma história de quase 10 anos.

O Sokahan sempre foi um grupo, por assim dizer, carismático. Quando de seu surgimento na BSGI, quase imediatamente surgiram em Ribeirão Preto, também, pessoas apaixonadas por ele. Era o pessoal que sempre dava um jeito de participar das atividades do Sokahan em São Paulo. E, mesmo quando não havia jeito, dava-se um jeito. Havia até gente, em São Paulo, que achava que alguns daqui eram da capital, de tanto que eram vistos por lá.

Em março de 1990, por exemplo, dezenas de rapazes participaram do X Festival Cultural dos Jovens para a Paz Mundial, como integrantes do Sokahan. Aliás, não foi fácil conseguir autorização para que isso acontecesse, pois o festival, a princípio, seria realizado exclusivamente pelo pessoal de São Paulo e imediações. Um dia - talvez uma quarta-feira - fui até lá para participar de uma reunião sobre o evento. A intenção era demonstrar, estando presente em uma reunião em pleno meio de semana, que estávamos (nós, o pessoal do interior) dispostos a fazê-lo sempre que necessário. Todos que lá estavam eram da capital ou adjacências. Eu era o único “caipira”. Senti que, de alguma forma, estava representando todo o interior da BSGI. E, mesmo não tendo sido nomeado portavoz de ninguém, foi essa condição - de representante - que me encorajou a reinvidicar vagas para o interior. Aproveitei a ocasião e conversei com todos os líderes de grupos que pude encontrar, solicitando e deixando claro que poderiam confiar no “pessoal do interior”. Nosso histórico nos dava credibilidade. Alguns dias depois a BSGI noticiu que o festival seria realizado com a participação de pessoas de todo o território nacional.

A conversa mais difícil tinha sido exatamente com os responsáveis do Sokahan: a atuação era restrita aos membros oficiais do grupo, dada a alta responsabilidade das atribuições e exigência de presença infalível em todos os ensaios, que seriam realizados por vários meses, em praticamente todos os finais de semana. Depois de muita insistência, ouvi do responsável: “Tudo bem, então! Mas, vocês participarão como se fossem daqui, de São Paulo, sem nenhum tipo de tratamento diferenciado, pelo fato de estarem vindo do interior. Vocês terão que se virar com locomoção, alimentação e pernoite. E, na atuação, vocês têm que estar no mesmo nível que o pessoal daqui!” Só pude concordar, é claro!

E assim foi que um grupo de 22 rapazes, liderados pelo Roberto Matoshima, o fizeram como membros do Sokahan. E dava um orgulho danado vê-los ali, atuando com toda seriedade e responsabilidade, correspondendo a todas as expectativas. Foi uma prova de fogo. Acompanhei à distância todos os seus movimentos: sabia onde estavam atuando, em que condições tinham viajado, onde pernoitariam.

Durante anos, o desejo de fundar o Sokahan em Ribeirão Preto foi acalentado por algumas pessoas. “Vamos fundar o Sokahan!”, diziam. “Calma, não se funda um grupo assim”, era a resposta que ouviam. “É preciso, primeiro, fortalecer o Gajokai”, era outra coisa que sempre era dita.

Em 1996, com o propósito de criar condições para a fundação, foi montado o Grupo de Seiri da DMJ. 17 membros do Gajokai foram “convidados” a compor o grupo, que seria o precursor do Sokahan. Além disso, ficou decidido o compromisso de participar da Academia do Sokahan, em São Paulo (na BSGI, após entrevista pessoal, todos os novos membros do grupo tinham passagem obrigatória pela Academia). Ou seja, nosso grupo seria fundado com membros oficiais do Sokahan da BSGI, formados e certificados na Academia.

Assim é que a 9ª Turma da Academia do Sokahan, realizada em 1996/1997, em São Paulo, contou com a participação de 10 rapazes de Ribeirão Preto: Wilson, Izildo, Milton, Franco, Alexandre, Felippe, Claudionor, Sidnei, Cidclei e Anderson. Esses são os precursores-pioneiros-fundadores do Sokahan Ribeirão Preto, formandos da 9ª Turma da Academia do Sokahan. Depois, mais 10 rapazes se formaram na 10ª Turma da Academia.

E, em 1998, no significativo dia 3 de maio, se deu a fundação do Sokahan Ribeirão Preto.

E aqui também se estabeleceu o farol de coragem e sabedoria a iluminar o eterno caminho do kossen-rufu.

2 comentários:

Ricardo Macagnan disse...

Hoje já sendo sênior, confesso que sinto saudades das "loucuras" naqueles primórdios... Levando materiais de limpeza, baldes, vassouras nos ônibus, passando noites em claro, resistindo bravamente ao sono... Que luta!
Mas valeu a pena pois hoje podemos ver o quanto foi importante jamais desistir. Um abraço caloroso a todos companheiros da Josho Ribeirão Preto!

tadashi disse...

Éramos todos meio doidos, não? rss Abraços, meu amigo.