domingo, 17 de abril de 2011

28 de abril é uma data histórica para o budismo: é o dia em que Nitiren Daishonin recitou o daimoku em público pela primeira vez, em 1253.

28 de abril é, também, o dia em que o novo prédio da sede regional da BSGI Ribeirão Preto foi inaugurado, em 1990, na rua Benjamin Constant, onde hoje se situa o Centro Cultural.

A primeira sede da BSGI em Ribeirão Preto ficava na Vila Tibério, na rua Paraíso. Foi inaugurada em 21 de julho de 1985. Antes de se tornar o centro de nossas atividades, o local – a residência que a família Suzuki gentilmente oferecia para as atividades - já era o nosso principal ponto de encontro.

A sede tinha uma sala principal (cuja capacidade não chegava a 100 pessoas sentadas em bancos de madeira), mais 3 salas menores. Em pouco tempo, já não atendia mais as necessidades. Foi preciso, então, encontrar um novo local. Muitos imóveis foram visitados, mas não era fácil encontrar algo que se encaixasse no que buscávamos, dentro de nossas possibilidades. Eis que, um dia, uma pessoa (de nome Ivan) surgiu com a notícia de um imóvel desocupado, que parecia ser interessante. Ainda não sabíamos, mas nosso local tinha sido encontrado.

O imóvel foi, assim, alugado. Mas, para que pudesse ser utilizado, precisou passar por uma ampla reforma, o que deu muito trabalho. E, realmente, o trabalho não foi pouco. Nos fundos da casa havia uma piscina, que desapareceu por completo. O espaço que abrigaria a sala principal teve que ser ampliado, com a demolição de paredes. Foi necessária a colocação de uma grande e pesada viga para sustentação da estrutura. No final, ficou uma ampla sala (para nossos padrões da época) quase quadrada, com piso de ardósia e várias portas de acesso. Não tínhamos mais bancos de madeira na sala e, sim, cadeiras.

A área era grande. Além da sala principal, mais 2 salas para pequenas reuniões, e uma outra para visitas. Na parte externa, um acanhado quarto que serviu de alojamento para o pessoal dos plantões, um pequeno sanitário e uma cozinha, também pequena. Nos fundos, um bom espaço, muito utilizado para preparativos, e até um cômodo (sem janelas) que se tornou uma mistura de secretaria e espaço para guarda de alguns materiais.

Toda a reforma foi feita voluntariamente por pessoas que, todos os dias, no cair da tarde, depois do serviço, lá compareciam para um trabalho pesado. Nos finais de semana, o grupo era reforçado com pessoas que vinham de outras cidades. Lanches e refeições eram oferecidos pelas senhoras da Divisão Feminina. Muito entulho, terra, barro, cimento, areia, tinta, e tudo aquilo que se encontra em qualquer canteiro de obras.

A inauguração foi no dia 28 de abril, com a presença do sr Eduardo Taguchi, à época 1° vice presidente da BSGI. Mas, inesquecíveis mesmo, o clima e o ambiente do dia 27, véspera da inauguração. Quase tudo pronto, cheiro de paredes recém pintadas, a movimentação e correria com os últimos preparativos. O sr Tatsuo Iwazaki, vice presidente, que tudo acompanhou, disse à noite, sorridente: “amanhã vamos receber o presidente Ikeda”. Ele havia captado a disposição de todos e a eletricidade que corria no ar.

Anos depois, aliás, o sr Tatsuo Iwazaki faleceu ali, naquele mesmo lugar, dentro da sede regional. Alto e forte como um samurai, ele era ao mesmo tempo rigoroso e afetuoso. Sua feição me remetia à figura do presidente Makiguti. Numa ocasião, num momento de descanso, ele me disse, com um cigarro entre os dedos: “Às vezes vocês podem ficar bravos conosco, pois parece que mudamos uma programação pronta, assim, sem mais nem menos. Muitas vezes isso acontece porque percebemos, em cima da hora, que é melhor realizar de outra forma. Outras vezes, solicitamos coisas com a intenção de treiná-los. Vocês sempre se desdobraram para fazer tudo dar certo, e sempre foram ágeis em prontamente atender as solicitações. Isso demonstra que vocês estão sempre prontos, o que nos deixa tranquilos. Vocês são os melhores da BSGI”.

Parece mentira, mas ele faleceu de pé, falando com as pessoas em uma reunião. Sempre pensei que foi ele quem escolheu a forma como ia falecer: em pé e em meio ao calor da batalha. Rápido, sereno e sem pestanejar.

Em janeiro do ano seguinte, o imóvel foi oferecido em venda pelo proprietário. Curiosamente, a proposta foi feita diretamente ao sr Eduardo Taguchi, que aqui se encontrava para a cerimônia de consagração do Gohonzon Especial da sala principal. Assim, um ano depois da inauguração, a sede regional não era mais um imóvel alugado. O 1° aniversário foi comemorado em prédio próprio, adquirido pelo desmedido esforço e contribuições especiais de centenas de pessoas.

Quase 11 anos após a inauguração, no dia 18/03/2001, em torno do sr Rubens Kamata, na 1ª vice presidencia da BSGI, teve lugar a cerimônia de início das obras do Centro Cultural da BSGI Ribeirão Preto. Uma enorme tenda foi montada no terreno ao lado da sede regional, no exato lugar onde foi erguido um grande prédio com 2 pavimentos, com um majestoso auditório no pavimento superior. O ato simbólico de início das obras se deu através do diretor-presidente da Construtora Toda, além de Rubens Kamata, Massayuki Sassaki e Marisa Nakamura. Representando a DJ, a honra coube a mim. Passados 9 meses do início das obras, dia 15 de dezembro de 2001, outra cerimônia teve lugar ali: a inauguração do Centro Cultural da BSGI Ribeirão Preto.

2 comentários:

Tallyanna Pantaleão disse...

Tadashi, sensacional esse seu blog, porque não me deu o endereço dessa fonte antes? rsrsrs
Memória viva e em cores.. esse espírito deve ser revivido todos os dias. Muito obrigada!
Estas escrevendo a Nova Revolução Humana da Josho Ribeirão Preto.

tadashi disse...

Não vamos exagerar, ne. Apenas tive a sorte de ver/viver situações especiais, com pessoas especiais, de um ponto de observação privilegiado. Estou compartilhando, enquanto ainda me lembro rsss