sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A religião do futuro será cósmica, trascendendo a idéia de um Deus existindo em pessoa e nascida da experiência de todas as coisas, naturais e espirituais. Se existe uma religião que pode estar de acordo com os imperativos da ciência moderna, é o budismo.

Albert Einstein

Das quatro grandes religiões do mundo, três são monoteístas, se baseiam na crença em um único grande e poderoso Deus: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

O budismo difere das demais linhas religiosas exatamente em seu ponto central, pois não está fundada na crença em Deus.

O budismo parte de uma experiência humana e pessoal, e não de uma revelação divina ou mística, e desse princípio decorre toda a linha de raciocínio de sua doutrina. Daí, talvez, dizerem que os budistas são ateus (muito embora nem todos admitam que, no final das contas, a crença mística em Deus – como de resto, todas as crenças – é, na verdade, fruto da mente humana).

O budismo surgiu há quase 2500 anos (0u 3000, dependendo da fonte), com Sakyamuni.

O sufixo “ismo”, de origem grega, é usado para ampliar o alcance de outra palavra. Quando falamos em evolucionismo, por exemplo, estamos nos referindo às idéias, ao raciocínio, ao sistema que fundamenta uma linha de pensamento científico – no caso, a teoria da evolução.

Ao acrescentar o sufixo à palavra buda – budismo – estamos falando da filosofia, da doutrina, dos ensinamentos do buda.

O sufixo “ista”, por sua vez, serve para qualificar uma pessoa, indicando-a como seguidora de um determinado sistema: comunista, marxista, fascista etc. Um budista é, portanto, um seguidor ou praticante dos ensinos do buda.

O conceito de Buda não é equivalente ao de Deus. “Buda” é um título dado a alguém como Rei, Duque, Mestre etc. “Buda”, no caso, é o título que se dá a uma pessoa que, por si próprio, atingiu a iluminação.

Budismo é, portanto, o ensino do Buda: é aquele que se iluminou ensinando outros a também atingir a iluminação (o que vem a ser iluminação é assunto para outras postagens).

Sidharta Gautama foi a primeira pessoa amplamente reconhecida como Buda. Nasceu príncipe, filho de reis, e pertencia a um clã chamado Sakya. Após atingir a iluminação foi chamado Sakyamuni (o sábio dos Sakya). Assim, ganhou o título Buda e ficou famoso como Buda Sakyamuni.

Depois de atingir a iluminação, Sakyamuni procurou ensinar o que havia aprendido, o que fez por quase 50 anos. O conjunto do que ensinou é o que historicamente se chama budismo. O mais correto seria chamar seus ensinos de budismo Sakyamuni.

Sakyamuni, na verdade, não foi o 1° buda, tampouco o único. Historicamente é, sim, o 1° buda conhecido e, portanto, é considerado o fundador do budismo. Mas, antes e depois dele, existiram outros budas, ou seja, outras pessoas também atingiram o mesmo estágio de vida e iluminação. A diferença talvez esteja no que cada um fez a partir de então.

Sakyamuni tornou concreta, com sua história e ensinamento, a possibilidade da iluminação do homem, e fez de sua própria iluminação uma saga de alcance extraordinário, no tempo e no espaço, que se propagou por séculos e se estendeu por todo o mundo, influenciando tudo o que veio depois, em todas as áreas do conhecimento e do comportamento humano.

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