terça-feira, 22 de abril de 2008

JAMES CAMPBELL QUICK é americano, psicólogo, Ph.D. em administração de empresas, professor de comportamento organizacional da Universidade do Texas, editor do principal jornal de psicologia e saúde no trabalho. O texto que segue foi extraído de uma entrevista publicada nas páginas amarelas da revista Veja, na edição de 18/09/02, sob o título “Use o stress a seu favor”.

A maioria das pessoas pensa no stress como algo ruim. Mas, em vez de aprender a evitá-lo, o que é impossível, temos de aprender a controlá-lo e a usá-lo de forma saudável, produtiva e criativa.

Só quem está morto não tem stress. Ele é uma arma que ativa as funções corporais e põe a pessoa pronta para a ação, preparada para sobreviver. Isso vale tanto para coisas como correr ou superar uma ameaça, quanto para construir prédios altos e trabalhar com afinco. Quem não tem stress suficiente não está usando todo o potencial como ser humano.

Para fazer uso positivo do stress, primeiro é preciso identificar o momento em que ele está começando a fazer mal. Numa situação de alto stress, as respostas mais comuns são lutar ou fugir. No trabalho, enquanto o stress está gerando entusiasmo, motivação, ele é bom. Quando ganha as características de desânimo, cansaço, irritação, passa a ser mau. Nesse momento, antes de pedir demissão, vale a pena usar uma técnica respiratória. Inspirar o ar lentamente e tentar levá-lo para a parte inferior do pulmão. É a respiração abdominal. Depois, vem o cuidado com a mente. A pessoa deve concentrar sua atenção em algum ponto fixo ou numa idéia ou frase. Pode ser até algo religioso. Essa é uma forma de sintonizar-se apenas no processo que está acontecendo em seu corpo. Com isso, os sintomas de ansiedade são revertidos. A pressão arterial diminui e os músculos ficam relaxados. O nível de stress desce e pode ser recolocado na direção produtiva. Há quem consiga até regular os batimentos cardíacos agindo assim.

Qualquer um pode fazer isso, desde que tenha treinado. Não basta usar a técnica na primeira situação de stress que aparecer. Para quem treina, na hora em que precisar, vai ser automático.

Um dos métodos para se aprender a ter esse autocontrole é a meditação. O ideal é fazê-lo todos os dias. Encontrar um lugar tranquilo, pouco iluminado, sentar-se numa posição confortável e concentrar-se numa frase ou oração, por quinze ou vinte minutos. Jamais se deve usar o despertador para marcar o tempo, é bom sair lentamente da meditação. Isso facilitará o controle do stress. Um sinal da tensão é a baixa temperatura das extremidades do corpo. Às vezes coloco um termômetro entre meus dedos. A temperatura que, no início da meditação está em 30 graus, ao final chega a 34.

É necessário condicionar-se para obter o equilíbrio entre a tensão e o relaxamento, para poder usar o stress a seu favor. Um atleta ansioso além do ponto perde desempenho. Treinar todos os dias os fundamentos básicos é um aprendizado óbvio. Se escrevo, tenho de treinar para escrever cada vez melhor. Se sou um negociador, idem. Outra coisa importante é que a renovação de energia é tão importante quanto o gasto. É preciso saber quando relaxar e quando se aplicar mais.

Situações desgastantes na vida pessoal podem levar stress ao trabalho, e vice-versa. Os efeitos ruins podem ser minimizados escrevendo diários, com orações ou com a confissão. É suficiente escrever por cinco, quinze minutos, ou meia hora.

Outra grande fonte de stress e risco para a saúde é o isolamento social. Há diferenças entre as pessoas quanto à quantidade de contato social de que precisam. Mas, nenhuma consegue ficar sem.

No início do século passado, o atleta americano Jim Thorpe estava indo para as Olimpíadas na Europa, a bordo de um navio, sentado, e o treinador perguntou: “Por que você não está praticando?”. Ele respondeu: “Treinador, eu estou aqui sentado, com meus olhos fechados, me vendo ganhar uma prova de 100 metros rasos”. Ele estava imaginando, em sua mente, o que iria fazer depois. É a técnica da visualização. Claro que não é só porque se consegue visualizar um fato que ele vai acontecer. Mas, ser capaz de imaginar uma situação ou uma meta, aumenta significativamente a chance de que aquilo seja alcançado.

Quanto à desmotivação, nem sempre é possível evitá-la. E isso não é ruim. Falta de motivação na verdade é falta de gasto de energia. No meu trabalho, há dias em que sou extremamente produtivo. Em outros, faço o meu trabalho e me esforço para me disciplinar. E há até períodos em que estou muito confuso para escrever. Isso não dura muito tempo, mas uso esses períodos de falta de motivação para reposição de energia. Faço um esporte. Períodos curtos de falta de motivação não são ruins. Podem tornar-se momentos de reposição de energia.

2 comentários:

Flor de Bela Alma disse...

Muita energia para o meu amor. Sempre...amo vc!

Anônimo disse...

Meu nome é Dalva, sou ex nora do Sr Takeo Abe, lí seu blog e adorei por contar histórias antigas das familias japonesas. Gostaria de possuir algum contato com eles, principalmente com o Ricardo Abe, por endereço eletrônico, peço que se possuir me informe através do e-mail de minha filha julianadepaulaferreira@hotmail.com, Agradeço desde já.