sexta-feira, 11 de abril de 2008

A colônia japonesa de Mombuca surgiu em 1962, a 50 km de Ribeirão Preto, no então distrito de Guatapará. Curiosamente, a palavra “mombuca” não é japonesa – é o nome de uma espécie de abelhas e tem origem indígena.

Mas foi em Mombuca, em 1962, que se estabeleceu a família de Hitoshi Miura, a primeira a trazer o Gohonzon para a região. Ele veio no 2° grupo de um grupo maior de 120 famílias que veio compor a colônia.

Ishizaki foi a segunda família a chegar com seu Gohonzon. Depois vieram as famílias de Tadashi Suzuki e Horikawa.

Em 1964 outras famílias chegaram em Mombuca: Abe, Sakuma, Kimura, Suzuki.

O sr Takeo Abe se converteu ao budismo Nitiren no dia 18 de janeiro de 1958, no Japão. Lá participou ativamente das atividades por seis anos, tendo encontrado uma vez com o presidente Jossei Toda. Foi responsável de bloco, depois nomeado responsável de comunidade, função que não teve muito tempo para desempenhar. Participou da famosa convenção da posse do presidente Ikeda, no dia 3 de maio de 1960. Foi nessa ocasião que ficou sabendo da existência de membros da Soka Gakkai no Brasil, e desejou morar na distante terra, fato que acabou se tornando realidade.

No dia 30 de agosto de 1964, já no Brasil, o sr Abe foi nomeado responsável de bloco, quando foi fundada a primeira comunidade da BSGI na região de Ribeirão Preto: a Comunidade Guatapará, que teve o sr Ishizaki como o seu primeiro responsável.

No ano seguinte, em 1965, foi fundada a segunda comunidade – Comunidade Ribeirão – da qual ficou responsável o sr Abe que, em 1966, passou a liderar um distrito composto por 114 famílias.

Na cidade de Ribeirão Preto, propriamente dita, as primeiras famílias que se converteram ao budismo Nitiren foram Furukawa, Tokairim, Hamamura, Kato e Takeuchi. Eram japoneses que moravam na cidade e, ao menos, conseguiam se comunicar em português, numa época em que a língua falada nas reuniões era o japonês.

Além da região de Ribeirão Preto, o distrito abrangia um vasto território, chegando a alcançar as cidades de São José do Rio Preto, Bastos e até Brasília.

Quanto aos brasileiros natos, os primeiros que por aqui se converteram foram o srs Acílio e Joaquim Taschetti.

Além das pessoas e sobrenomes aqui citados, muitas outras famílias também registraram seu nome na história pioneira: Tanaka, Sato, Kawasaki, Hirabayashi, Kondo, Miyazaki, Wada, Sakuma, Higuchi.

Esses fatos me foram narrados pelo sr Abe, há muitos anos, numa tarde de sábado em que o visitei na sua residência, naquele lugar mágico, fora do tempo e do espaço, chamado Mombuca. Ele falou de pessoas, de nomes e sobrenomes que, hoje, ninguém mais conhece. Mostrou objetos fascinantes e contou histórias que não existem mais. Contou sobre a nascente de onde se originaram muitos e variados rios e afluentes, formada por dezenas e centenas de desafios e dramas pessoais, de extraordinárias conquistas, de feitos inimagináveis que acabaram por ficar perdidos nos vãos e desvãos da história, à espera de alguém que os resgate.

2 comentários:

Flor de Bela Alma disse...

Achei bonito isso aí...

Anônimo disse...

Meu nome é Dalva, sou ex nora do Sr Takeo Abe, lí seu blog e adorei por contar histórias antigas das familias japonesas. Gostaria de possuir algum contato com eles, principalmente com o Ricardo Abe, por endereço eletrônico, peço que se possuir me informe através do e-mail de minha filha julianadepaulaferreira@hotmail.com, Agradeço desde já.